Foi emocionante. Parecia uma final de campeonato (que saudades). Parecia, pois somente o São Paulo estava disputando o título. O Fluminense buscava apenas um ponto para se livrar do rebaixamento. Apesar disso, jogou como se disputasse o título, e quem sabe, se o Renê estivesse lá desde o começo do campeonato, a equipe realmente não estivesse disputando, como todas as previsões indicavam. O Grêmio tem chances de matemáticas de título, mas o São Paulo disputa com ele mesmo. A ansiedade atrapalhou, a torcida também (ver abaixo), e foram os próprios jogadores que deixaram escapar a oportunidade de vencer em casa.
O primeiro tempo foi um verdadeiro espetáculo. Poucas faltas e diversas chances de gol. A equipe carioca saiu na cara de Ceni por duas vezes com Washington, que furou uma sem goleiro e deixou que Rodrigo o desarmasse de forma brilhante na segunda ocasião. O zagueiro Luis Alberto ainda carimbou a trave são paulina. O tricolor paulista respondeu com Borges e Dagoberto. O Grêmio já vencia de virada o baleado Ipatinga, em Minas. Com 4 minutos de segundo tempo, Washington perdeu mais um, em nova jogada do habilidoso Arouca, que para mim foi o craque do jogo, até melhor que o apagado Conca. Quem não perdeu foi o jovem Tarta, que entrou no intervalo e deixou o seu, no rebote de Rogério.
Muricy percebeu que por baixo não teria jogo com a forte marcação carioca e com os erros paulistas. Mando o time jogar com o que sabe de melhor: o jogo aéreo com os precisos cruzamentos de Jorge Wagner. E deu resultado. Após um cruzamento, a bola foi ajeitada para Borges que chutou contra o chão, sem chances para o goleiro do Flu. Com a igualdade, o que se viu foi um show de ansiedade paulistana, que só resultou em erros. O São Paulo perdeu a oportunidade de comemorar o título brasileiro em casa, mas só a maior pipocada da história tira a taça do Morumbi. O Grêmio deve passar pelo galo em casa, mas o São Paulo não volta de Brasília sem, no mínimo, um empate.
Abaixo uma notícia do Lance que bate em uma tecla que há muito venho apertando:
Publicada em 30/11/2008 às 20:41
Rubens Minelli detona torcida do São Paulo Técnico, campeão em 77, diz que massa tricolor 'espera sempre o pior'
LANCEPRESS!
O ex-treinador Rubens Minelli disparou contra o comportamento da torcida do São Paulo no empate contra o Fluminense no Morumbi. Falando à Rádio Jovem Pan, o técnico, que deu o primeiro título nacional para o Tricolor, em 77, cobrou uma atitude mais positiva dos mais de 66 mil são-paulinos e disse que o clube tem que ganhar sozinho, porque tem uma torcida "muda, sofrida e sempre esperando pelo pior ao invés de apoiar". - A torcida do São Paulo só empurra o time quando está ganhando ou em boa situação. Quando a coisa está ruim eles ficam todos em silêncio - disparou o ex-treinador.
Mesmo precisando de apenas uma vitória para conquistar o Hexa, a torcida se exasperava a cada lance errado dos jogadores e poucas vezes empurrou o time para cima do Fluminense, mesmo quando o jogo estava 0 a 0. O atacante Dagoberto algumas vez jogou o braços para cima pedindo apoio dos tricolores, que acabou não vindo. Minelli também prevê uma semana pesada no Morumbi. Apesar do clima de tensão após deixar o título escapar em casa, o ex-treinador acredita que o Sampa vai confirmar o Hexa em Brasília, quando enfrentará o Goiás. - O jogo não vai ser fácil. O São Paulo vai iniciar a semana em ambiente fúnebre e os corneteiros da oposição vão fazer a festa porque o time não foi campeão. Mas tenho certeza que o Muricy vai saber motivar do grupo e voltar de Brasília com o título - afirmou Minelli.
Eu concordo plenamente com a opinião do glorioso Rubens Minelli. Para justificar, basta pegar a média de público da torcida são paulina no campeonato, que é de cerca de 13 mil. É ilusório analisar os 66 mil que estavam no Morumbi, pois só passaram a freqüentar o estádio após um apelo do treinador e dos jogadores, há poucas rodadas atrás, quando o time já estava na liderança. Completando o meu raciocínio, concordo novamente com Minelli quando ele diz que a torcida só apóia quando o time está ganhando.
Quando o jogo estava zero a zero, com as melhores chances do Fluminense, as arquibancadas ficaram silenciosas, e nos primeiros passes errados, as velhas cornetadas reapareciam. Pense bem: como uma reclamação durante o jogo pode ajudar uma equipe? Os jogadores já estão mais do que ansiosos para decidir o título em casa, as coisas não dão certo e você ainda recebe vaias. Não tem como melhorar.
Os aplausos e gritos entusiasmados só vieram com o gol de empate e só. Dali pra frente, novas reclamações e frustração. Poderia ser diferente. E é justamente essa diferença que faz com que outros torcedores chamem a torcida são paulina de uma torcida da ‘moda’. Precisa apoiar incondicionalmente, do começo ao fim, para depois vaiar.
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