sábado, 6 de dezembro de 2008

Quem disse que a Sulamericana não tem graça?



Foi emocionante. Difícil. Foi sofrido. Foi no melhor estilo gaúcho. Que chama esses grandes jogos de batalha. A Batalha do Beira-Rio não será esquecida tão cedo. A América se torna vermelha mais uma vez. Uma conquista que deixou Grêmio, Boca e Chivas pelo caminho.

O técnico Tite fez tudo para perder o jogo. Armou um time para o contra-ataque, quando na verdade tinha que montá-lo para ir para cima do Estudiantes. Deixou o bom Daniel Carvalho no banco e fez com que seus jogadores esquecessem que estavam jogando em casa, que deveriam atacar e vencer o jogo com o timasso que tem. Pior que chamar o time de La Plata, foi deixar o craque Verón livre pra armar as principais jogadas argentinas. Estava na cara que iria acontecer.

No primeiro tempo, o Estudiantes já merecia sair com a vitória, a anida teve um gol mais do que legal anulado. Na segunda etapa, o castigo veio após mais uma falta do violento Bolívar. Lauro saiu mal no cruzamento e o jogador argentino estufou as redes do Gigante Beira-Rio, livre de marcação.

O resultado indicava uma prorrogação e ao invés do técnico Tite colocar a equipe pra frente, retrancou. Tirou o rápido Andrezinho, para colocar o Gustavo Nery e ficar com três zagueiros. Tirou o excelente Alex, que não estava bem, mas poderia decidir, para colocar o atacante Tyson. O Inter melhorou e perdeu um gol incrível aos 46 do segundo tempo. O time argentino não tinha mais pernas no gramado alto gáucho. O apito soou e o que se via eram arquibancadas inflamadas, com cerca de 60 mil sócios do clube, que apesar de estarem em uma final de competição continental, não esqueciam o maior rival, entoando cânticos depreciando o Grêmio e sua ‘inchada’.

Na prorrogação, o colorado foi pra cima e quando parecia que o jogo iria pros pênaltis, o craque D´Alessandro cobrou escanteio, vencendo as caimbras e em uma jogada sofrida, com bola na trave, rebote, defesa do goleiro, o cracasso Nilmar, empurrou para as redes, quase em cima da linha. Final de jogo: 1 a 1. Inter campeão de tudo. A única equipe do Brasil que conquistou Libertadores, Mundial, Recopa e Sulamericana, igualando-se ao Boca.

Iniciativa de bem

Ontem, não foram comercializados ingressos. Só puderam entrar no Beira-Rio, os sócios do clube. Belíssima iniciativa da direção, quem além de prestigiar quem ajuda a sustentar o clube, deixou os parasitas dos cambistas chupando o dedo.

Mata-mata é outra coisa

O campeonato brasileiro está emocionante, mas por mais que aconteça no domingo, nada se igualará ao jogo de ontem. Duas equipes disputando diretamente, com possibilidades de pênaltis e um jogo pra testar qualquer cardíaco. Alguém pode vir com o velho bordão: “pontos corridos é justo”. Será que é mesmo? Em quantos jogos do brasileirão você viu um time jogar melhor e ainda assim perder a partida? Isso é justo? Não! Isso é futebol! O futebol não nasceu pra ser justo, e sim para ser emocionante! Os defensores dos pontos corridos estão felizes da vida pela disputa desse ano, mas esse é o primeiro em que isso acontece. Em todos os outros anos, campeão com antecedência. Se essa fórmula fosse tão boa, a Copa do Mundo viraria uma liga de pontos corridos. Legal né? E aí não teria oitavas, quartas, semi e nem final! Já pensou que emocionante? Pelo amor de Deus, não burocratizem o futebol! Não tirem a emoção dele!

Não é porque a Europa usa esse sistema que temos que copiá-lo também! Mas se não tiver jeito, que façam direito! Campeonato Brasileiro de Setembro a Maio, para não perdermos nossos ‘craques’ no meio do campeonato. Copa do Brasil durante o mesmo período e com todos os times. Libertadores durando o mesmo período. Copa Sulamericana também e com equipes que não disputam a primeira competição continental. Ao menos teremos uma Copa do Brasil com a emoção que o torcedor merece, no campeonato mais disputado do mundo, apesar de estar nivelado por baixo.

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