segunda-feira, 26 de maio de 2008

Duelo dos tricolores

Em noite memorável do argentino Dario Conca, o Fluminense bateu o São Paulo no duelo dos tricolores.

O Jogo

O clima era tenso, catimbado desde o primeiro jogo e quem errasse menos levaria a fatura. Mas o jogo foi muito mais do que isso. Há muito não se via uma partida com tamanha emoção (apesar do fraco nível técnico) como a das quartas-de-final da Copa (Santander – publicidade reina) Libertadores da América 2008. Cerca de 80 mil pessoas empurravam o time carioca, que entrou em campo motivado, precisando de dois gols. Com 15 minutos, a zaga paulista dava indícios de que não estava em uma boa noite. Justo ela que sempre foi o ponto forte da equipe. Após uma bola espirrada por Zé Luis, Rogério Ceni ameaçou sair, ficou no meio do caminho, assistiu Alex Silva perder de cabeça para Cícero (que deve ter uns 15 cm a menos do que o zagueiro) e viu o matador Washington tocar para o fundo das reder tricolores. O maior do mundo foi abaixo e o Fluminense partiu para cima em busca do segundo. Contei ao menos três chances incríveis perdidas pelo Flu, que pressionava um São Paulo acuado e sem articulação no meio de campo. O imperador, não recebia uma bola em condições de bater em gol e via um Dagoberto apagado, perdendo todas as tentativas para a zaga carioca.

Pela parte das escalações, achei que o São Paulo deveria ter entrado com Jorge Wagner e até com Junior (infinitamente melhor que o Richarlyson, que não cruza uma bola na linha de fundo). Pelo lado Fluminense, Dodô seria uma boa opção desde o início no lugar de Cícero, apagado.

No segundo tempo, a história foi outra! Muricy colocou Aloísio, o melhor em campo ao lado de Conca, que logo de cara perdeu um gol feito. Pelo lado carioca, Renato Gaúcho foi mal ao tirar Arouca e perder notavelmente o meio de campo. O São Paulo começou a dominar a partida e ter as maiores chances de gol, articuladas pelas “Torres Gêmeas”. O gol era uma questão de tempo, e após um lindo corte de Aloísio, Adriano cabeçeou para as redes de Fernando Henrique. Tudo parecia garantido. Com o gol marcado fora de casa, o SP obrigaria o Flu a marcar mais dois gols, o que no momento parecia impossível.

Mas vieram os lances capitais da partida. Um para cada lado, um para dentro e o outro para fora. Dois minutos após o gol de empate, Dário Conca fez bela jogada pelo miolo da zaga tricolor e encontrou Dodô, que errou o chute e acertou por entre as pernas de Ceni. Faltavam 20 minutos de jogo e um gol para o time das laranjeiras, mas foi nos pés de Aloísio, que o tricolor perdeu a chance de liquidar a fatura. O atacante bateu para fora, após ficar cara a cara com o goleiro adversário.

O Fluminense tentava atacar, mas sem objetividade. Um golpe de sorte soprou a favor do time carioca, quando Joilson, fez duas faltas seguidas em três minutos e foi expulso com dois cartões amarelos (não há o que reclamar da arbitragem, tendo em vista que Fabio Santos agrediu Conca duas vezes na cara do juiz e não sofreu punição). Daí em diante, o São Paulo se perdeu em campo e defendeu-se como pode. Apesar das próprias falhas e das da defesa também, Rogério Ceni fez três milagres em baixo das traves e ia assegurando uma classificação dramática. E ela tornou-se realmente dramática aos 47 do segundo tempo, quando após o escanteio, Washington (que apesar de dois gols jogou absurdamente mal) subiu com três marcadores são paulinos e levou a melhor, colocando a redonda no fundo das redes tricolores, decretando o fim da participação São Paulina na atual edição da libertadores.


Análise

Condenar Muricy ou o elenco tricolor não é a solução. Resta aos torcedores cobrar a diretoria por reforços para o restante da temporada, para que não corram o risco de ficar de fora da libertadores e que continuem dando o show nas arquibancadas, para que não caiam no rótulos de modistas, como há anos tem acontecido.
Para o Fluminense, resta sonhar com um milagre de passar pelo Boca Juniors, que tenta mais um título sulamericano. Difícil, sim. Impossível, quase!


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